O Bem Comum na Filosofia Política Contemporânea: Rawls, Sandel e Nussbaum
Resumo
Noção central da filosofia política aristotélica, o bem comum, tornou-se uma ideia confusa e contestada na modernidade. Na discussão filosófica que se segue à publicação de Uma Teoria da Justiça de Rawls, ela volta à tona, em autores como Alasdair MacIntyre e Michael Sandel, como ferramenta para manifestar os limites do liberalismo contemporâneo e de sua tese da prioridade do justo sobre o bem. Neste artigo, após apresentar uma síntese da noção clássica do bem comum (Aristóteles e Tomás de Aquino) e de suas transformações na modernidade, refletimos sobre sua retomada no debate contemporâneo no pensamento de Michael Sandel e Martha Nussbaum.Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: edição bilíngue. Tradução de Dimas de Almeida. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2012.
___________. Política: edição bilíngue. Tradução de Antonio Campelo Amaral e Carlos Carvalho Gomes. Lisboa: Veja, 1998.
CROFTS, R. The Common Good in the Political Theory of Thomas Aquinas. The Thomist, vol. 37, n. 1, 1973, p. 155-173.
DE KONNINCK, C. De la primmauté du bien commun contre les personalistes. Montreal: Éditions de lÚniversité Laval, 1943.
ETZIONI, A. The Common Good. In: GIBBONS, M. (ed.). The Encyclopedia of Political Thought. John Wiley and Sons, 2015.
JAEDE, M. The Concept of Common Good. PSRP Working Paper n. 8. Edinburgo: Global Justice Academy, 2017. https://www.thebritishacademy.ac.uk/sites/default/files/Jaede.pdf
KRAUT, R. Aristotle and Rawls on the common good. In: DESLAURIERS, M. & DESTREÉ, P. The Cambridge Companion to Aristotle's Politics. Cambridge: Cambridge University Press, 2013, p. 350-374.
MARITAIN, J. The Person and the Common Good. Nova York: Charles Scribner’s Sons, 1947.
MORRISON, D. The Common Good. In: DESLAURIERS, M. & DESTREÉ, P. The Cambridge Companion to Aristotle's Politics. Cambridge: Cambridge University Press, 2013, p. 176-198.
NUSSBAUM, M. Aristotelian Social-Democracy. In: DOUGLAS, R. et al. (ed). Liberalism and the Good. Nova York: Routledge, 1990, p. 203-252.
__________________. Aristotle on Human Nature and the Foundations of Ethics. In: ALTHAM, J. & HARRISSON, R. (org.). World, Mind and Ethics: essays on the ethical philosophy of Bernard Williams, 1995, p. 86-131.
__________________. Creating Capabilities. The Human Development Approach. Cambridge: Belknap Press, 2011.
__________________. Nature, Function and Capability: Aristotle on Political Distribution. Helsinki: Wider Working Papers, 1987.
__________________. Non-relative virtues: an aristotelian approach. Helsinki: Wider Working Papers, 1987.
SAIGARAN, G. et al. The capabilites approach: comparing Amartya Sem and Martha Nussbaum. Conferência. Penang: USM International Conference on Social Sciences, 2015.
SANDEL, M. Justiça: o que é fazer a coisa certa. S. Paulo: Record, 2015.
__________. Morality and the Public Ideal. In: Public Philosophy: essays on morality in politics. Cambridge: Harvard University Press, 2006, p. 147-155.
__________. Political Liberalism. In: Public Philosophy: essays on morality in politics. Cambridge: Harvard University Press, 2006, p. 211-246.
__________. Reith Lectures, 2009. http://www.bbc.co.uk/radio4/features/the-reith-lectures/about-michael-sandel/
TOMAS DE AQUINO. Suma Teológica. 9 volumes. S. Paulo: Edições Loyola, 2001-2006.