O narrador performático em Rioseco, de Manuel Rui

  • Karina de Almeida Calado Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Palavras-chave: Manuel Rui, Narrador, Performance., Oralidade, Ancestralidade.

Resumo

Este texto tem o propósito de analisar a construção do narrador no romance Rioseco, de Manuel Rui, a partir do pressuposto de que a organização discursiva na qual ele se enuncia permite considerá-lo como o “narrador performático”, conforme operador teórico cunhado por Terezinha Taborda Moreira (2005). Esse narrador realiza a proposta de recuperação da oralidade, lançada no projeto estético do autor em reflexões como Eu e o outro – o invasor ou em poucas três linhas uma maneira de pensar o texto (1985) e Da escrita à fala (2004). Retomar a oralidade é, para Manuel Rui, a forma de inscrever a identidade angolana no processo de apropriação da escrita, símbolo da cultura do outro.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Karina de Almeida Calado, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Doutoranda em Literaturas de língua portuguesa, pela PUC Minas, com bolsa Capes. Possui Mestrado (2015) em Literaturas de língua portuguesa, pela PUC Minas, e graduação (2007) e Especialização (2009) em Letras: língua portuguesa e suas Literaturas, pela Universidade de Pernambuco. Professora da rede estadual de ensino de Pernambuco. Pesquisadora do Grupo de Estudos Comparados: Literatura, História e Interdisciplinaridade. Integrante do Projeto de Pesquisa Migrações e deslocamentos: a constituição de estéticas diaspóricas nas literaturas africanas de língua portuguesa. Atua principalmente nos seguintes temas: literaturas africanas de língua portuguesa; literatura afro-brasileira; literatura comparada; literatura e direitos humanos; literatura escrita por mulheres; nação; memória; identidade.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: A teoria do romance. São Paulo: Unesp, 1993.

BENJAMIN, Walter. A doutrina das semelhanças. In: BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1987. V. 1, p. 108-113.

BENJAMIN, Walter. O Narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 197-221.

LIMA, Luiz Costa. Mímesis e modernidade: formas das sombras. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1980.

MONTEIRO, Manuel Rui Monteiro. Eu e o outro – o invasor ou em poucas três linhas uma maneira de pensar o texto. Comunicação apresentada no ENCONTRO PERFIL DA LITERATURA NEGRA,1, São Paulo, Brasil, 23 maio 1985.

MONTEIRO, Manuel Rui Monteiro. Rioseco. Lisboa: Edições Cotovia, 1997.

MONTEIRO, Manuel Rui Monteiro. Da escrita à fala. In: Actas. 1º Congresso Internacional de Teoria da Literatura e Literaturas Lusófonas. Coimbra: Almedina, 2005.

MOREIRA, Terezinha Taborda. O vão da voz: a metamorfose do narrador na ficção moçambicana. Belo Horizonte: Editora PUC Minas; Belo Horizonte: Edições Horta Grande Ltda., 2005.

SEVCENKO, Nicolau. No princípio era o ritmo: as raízes xamânicas da narrativa. In: PRADO JÚNIOR, Bento et al. (Org.) Narrativa: ficção e história. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1998. p. 120-136.

ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: a “literatura” medieval. Tradução de Amálio Pinheiro e Jerusa Pires Ferreira. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

Publicado
22-08-2018
Como Citar
CALADO, K. DE A. O narrador performático em Rioseco, de Manuel Rui. Scripta, v. 19, n. 37, p. 121-136, 22 ago. 2018.
Seção
Dossiê temático: Literatura e oralidades