Dialogicidade formal como possibilidade para a liberdade da palavra em práticas de justiça

  • Ana Beatriz Ferreira Dias Professora Adjunta I no Curso de Graduação em Letras: Português e Espanhol – Licenciatura, da Universidade Federal da Fronteira Sul/Campus Cerro Largo.
  • Valdemir Miotello Professor Associado III no Departamento de Letras, da Universidade Federal de São Carlos.
Palavras-chave: Interação verbal, Dialogicidade formal, Liberdade da palavra,

Resumo

Neste trabalho, analisamos elementos estruturais da comunicação ideal entre vítimas, ofensores e suas comunidades de apoio propostos pela justiça restaurativa, uma abordagem bastante recente no Brasil que vem crescendo significativamente na última década. Ao eleger o diálogo entre os sujeitos como fundamental para a resolução e prevenção de situações de violência, o movimento restaurativo surge como uma resposta contrária ao atual modelo retributivo de justiça, altamente punitivo, abstrato e monológico, vigente há séculos. Instigados com as orientações do movimento restaurativo acerca da comunicação face a face entre os sujeitos mais diretamente envolvidos no dano, problematizamos a possibilidade da liberdade da palavra em práticas restaurativas. Para tanto, buscamos compreender as orientações para a realização de uma prática de justiça restaurativa intitulada “Círculo Restaurativo”. Analisamos materiais didáticos voltados à formação de coordenadores de Círculos Restaurativos propostos pelo Programa Justiça para o Século 21, por meio de sua Central de Práticas Restaurativas do Juizado Regional da Infância e da Juventude de Porto Alegre (RS). Este trabalho de compreensão se dá fundamentado teórica e metodologicamente nos estudos bakhtinianos. Mobilizando, sobretudo, o conceito de dialogicidade formal, consideramos que o Círculo Restaurativo oferece condições técnicas que podem levar à emergência de várias vozes no processo de justiça, contribuindo com uma maior liberdade da palavra em instâncias judiciárias.

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Biografia do Autor

Ana Beatriz Ferreira Dias, Professora Adjunta I no Curso de Graduação em Letras: Português e Espanhol – Licenciatura, da Universidade Federal da Fronteira Sul/Campus Cerro Largo.
Graduada em Letras – Português e Literaturas da Língua Portuguesa (Universidade Federal de Santa Maria - UFSM), Mestre em Estudos Linguísticos (UFSM), Doutora em Linguística (Universidade Federal de São Carlos - UFSCar). Professora Adjunta I no Curso de Graduação em Letras: Português e Espanhol – Licenciatura, da Universidade Federal da Fronteira Sul(UFFS/Campus Cerro Largo).
Valdemir Miotello, Professor Associado III no Departamento de Letras, da Universidade Federal de São Carlos.
Graduado em Filosofia (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS), Mestre e Doutor em Linguística (Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP). Professor Associado III no Departamento de Letras, da Universidade Federal de São Carlos.

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Publicado
28-01-2016
Como Citar
Dias, A. B. F., & Miotello, V. (2016). Dialogicidade formal como possibilidade para a liberdade da palavra em práticas de justiça. Scripta, 19(36), 387-408. https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2015v19n36p387
Seção
Dossiê interação, formação e ação profissional