A Velha Magra da Ilha de Luanda, de Emílio de San Bruno e a memória silenciada do nativismo e do degredo na colonização de Angola

  • Alberto Oliveira Pinto
Palavras-chave: Literatura Colonial, História, Memória, Angola, Nativismo, Degredo.

Resumo

Oitenta anos depois da publicação de A Velha Magra da Ilha de Luanda. Cenas da vida colonial, de Emílio de San Bruno, pretendemos mostrar, pela análise deste romance, escrito e publicado em Portugal em 1929 e versando sobre Angola no século XIX, como é que uma obra literária pode servir a operação de silenciamento da memória colectiva e, ao mesmo tempo, romper os silêncios da história. Os silêncios em causa são os que impendem sobre a memória do nativismo e do degredo na colonização de Angola.



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Publicado
17-12-2009
Como Citar
Oliveira Pinto, A. (2009). A Velha Magra da Ilha de Luanda, de Emílio de San Bruno e a memória silenciada do nativismo e do degredo na colonização de Angola. Scripta, 13(25), 109-126. Recuperado de https://seer.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/4371
Seção
Dossiê: Literaturas africanas de língua portuguesa