Noemia, Paulina e as poéticas nos tempos
Resumo
Este artigo visa construir uma relação entre duas escritoras moçambicanas a partir dos textos presentes em Sangue Negro (2018), de Noemia de Sousa, e Niketche : Uma história de poligamia (2022), de Paulina Chiziane. Algumas categorias de análise foram elencadas para realizar a comparação: oralidades nos textos a partir das culturas endógenas; vozes poéticas, bem como a posição da narradora na ficção; experiência e contaminações do real no texto ficcional. O objetivo do artigo é dissertar sobre as permanências e mudanças na literatura moçambicana de autoria feminina em tempos históricos que vão do colonial ao pós-independência. O que aproxima as duas escritoras que viveram épocas diferentes? É possível uma aproximação da linguagem (ritmo, figuras, imagens, pontuações e outras) e das tópicas (lugar do feminino, liberdade, opressão, mundo do trabalho e outras) levantadas em seus respectivos textos? Como eles dialogam com os momentos históricos vividos pelas autoras e a formação da literatura moçambicana ao longo desse período? O texto será iniciado com um conjunto de questões para buscar possibilidades de contato visando a aproximação deles, bem como a integração com leitores de língua portuguesa. Por fim, nas considerações finais serão colocadas algumas hipóteses conclusivas, assim como alternativas investigativas posteriores que podem ser desdobradas.
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