Religiosidade na literatura moçambicana

  • Teresa Manjate Universidade Eduardo Mondlane
Palavras-chave: Literatura Moçambicana, Análise do discurso, Animismo, Religiosidade

Resumo

O presente artigo pretende analisar nas obras moçambicanas da autoria de José Craveirinha, Paulina Chiziane (2000) e Agnaldo Bata (2023) à luz da temática e teoria da religiosidade. O termo animismo é problematizado conforme as teorias modernas de africanistas.  Para o efeito visitaram-se as teorias de Mbiti (1969), Paulin Houtondji (2010), Caroline Rooney (2006) e José Castiano (2013).  Estas reflexões teóricas permitem perceber as perspectivas de representação à luz das dinâmicas das teorias de religião, religiosidade e animismo. A Metodologia usada é hermenêutica, uma pesquisa de cunho bibliográfico, que trabalha na perspectiva da análise do discurso, tendo como primeiro passo leituras para a construção de toda a investigação científica. A hermenêutica não é uma mera técnica de estudo, mas um método que pode expor de modo profundo a realidade e o conhecimento. O método hermenêutico é mediador no processo de interpretação dos textos.

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Biografia do Autor

Teresa Manjate, Universidade Eduardo Mondlane

É pesquisadora sênior e docente do Centro de Estudos Africanos (CEA) e da Faculdade de Letras e Ciências Sociais (FLCS), ambos na Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, e doutora em Licenciatura Oral e Tradicional pela Universidade Nova Lisboa.

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Publicado
31-12-2024
Como Citar
MANJATE, T. Religiosidade na literatura moçambicana. Scripta, v. 28, n. 64, p. 116-134, 31 dez. 2024.