A cinematografica híbrida de Kmêdeus:

diálogos interartísticos entre dança, pintura, música, coreografia, literatura e cinema

Palavras-chave: Cinema, Diálogos Interartísticos, História, Cabo Verde

Resumo

Este artigo pretende analisar o filme Kmêdeus, do cineasta cabo-verdiano Nuno Miranda, a partir de reflexões acerca do sincretismo cultural característico de Cabo Verde e, também, da correspondência das artes recorrentes na narrativa fílmica. A intertextualidade – entre dança, música, coreografia, pintura, literatura e cinema – discute, crítica e artisticamente, a história de cabo-verdiana, ao mesmo tempo que aponta para a resistência cultural dessas ilhas atlânticas. O filme, a partir do diálogo interartístico e das ações do protagonista, um artista popular considerado “lunático” por grande parte da sociedade da cidade de Mindelo, capital da ilha cabo-verdiana de São Vicente, põe em questão o conceito de “loucura” e as heranças coloniais que ainda subsistem na história de Cabo Verde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carmen Tindó Secco, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Pesquisadora PQ- nível 1 A do CNPq desde 22/12/2023. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora Emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ a partir de 25 de maio de 2023. Aposentou-se como Professora Titular de Literaturas Africanas em 31 de janeiro de 2022. Continua a atuar na Pós-Graduação, pesquisando, ministrando disciplinas e orientando no Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da UFRJ, na área das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Possui Pós-Doutorado na UFF com estágio na Universidade Politécnica de Moçambique (2009-2010).

Referências

ABUCHAIBE, Rafael. Rastafári, o movimento religioso que começou na Jamaica e se espalhou pelo mundo graças ao reggae e Bob Marley. BBC News Mundo. Londres, 16/03/2024. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4nqe5ee89lo Acesso em 09/07/2024.

BRANCO, Carina (entrevistadora). Cabo Verde: nós dançamos para não morrermos (entrevista feita ao bailarino e coreógrafo António Tavares). Site RFI. Mindelo, 26/03/2022. Disponível em: https://www.rfi.fr/pt/programas/convidado/20220326-cabo-verde-n%C3%B3s-dan%C3%A7amos-para-n%C3%A3o-morrermos Acesso em 03/07/2024.

CAHEN, Michel; MATOS, Patricia Ferraz de. Introdução a novas perspectivas sobre o luso-tropicalismo, Portuguese studies review, v. 26, n.1, p. 1-7, janeiro-junho de 2018.

COELHO, Teixeira. A arte não revela a verdade da loucura, a loucura não detém a verdade da arte. In: ANTUNES, Eleonora H.; BARBOSA, Lucia Helena S.; PEREIRA, Lygia Maria de F. (Org.). Psiquiatria, loucura e arte: fragmentos da história brasileira. São Paulo: Edusp. 2002.

FERRO, Marc. Cinema e história. Trad. Flavia Nascimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
FOUCAULT, Michel. História da loucura na Idade Clássica. Trad. José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: Perspectiva. 2008.

FOUCAULT, Michel. Loucura, literatura, sociedade. In: MOTTA, Manoel Barbosa (Org.). Problematização do sujeito: psicologia, psiquiatria e psicanálise. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

FREYRE, Gilberto. O mundo que o português criou. Belo Horizonte: Usina das Letras, 2010.

GEERTZ, Clifford. O saber local. Trad. Vera Mello Joscelyne. 2.ed. Petrópolis: Ed. Vozes, 1999.

GLISSANT, Édouard. Poética da relação. Trad. Manuela Mendonça. Portugal: Porto Editora, 2011.

JESPERS, Jean Jacques. Jornalismo televisivo. Trad. Rita Amaral. 1.ed. Coimbra: Minerva, 1998.

LESSING, G. E. Laocoonte, o sobre los limites de la pintura y la poesia.Trad. Enrique Palau. Barcelona: Editorial Ibéria, 1957.
MBEMBE, Achille. O direito universal à respiração (Texto original publicado em francês em https://aoc.media/opinion/2020/04/05/le-droit-universel-a-la-respiration/ em 05/04/2020). Trad. Ricerdo Moura. Disponível em: https://medium.com/textura/o-direito-universal-%C3%A0-respira%C3%A7%C3%A3o-8929b9882d20 Acesso em 11/04/2020.

MIRANDA, Nuno (realizador); SOULÉ, Pedro (produtor). Kmêdeus (documentário, 52’). Mindelo: Kriolscope, 2020.

PASOLINI, Pier Paolo. “Il Cinema di Poesia”(1965). In: Emperismo erético. Milano: Garzanti, 1995, p. 168-169.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber – eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005.
SANTOS, Luís Carlos Ferreira dos. A Filosofia da Relação de Édouard Glissant: Uma breve introdução. Ideação, revista do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana, v.1, n. 48, p. 62-77, jul.-dez.de 2023.

SOURIAU, Étienne. A correspondência das artes: elementos de estética comparada. Trad. M. Cecília Queiroz de Moraes Pinto e M. Helena Ribeiro da Cunha. São Paulo: Cultrix, 1983.
Publicado
31-12-2024
Como Citar
SECCO, C. T. A cinematografica híbrida de Kmêdeus:. Scripta, v. 28, n. 64, p. 220-244, 31 dez. 2024.