Temporalizações e temporalidades: sobre o tempo no acontecimento do dizer

  • Nadia Dolores Fernandes Biavati Universidade Federal de São João del-Rei
  • Gabriele Cristine Carvalho Instituto Federal de Minas Gerais- Campus Santa Luzia IFMG
Palavras-chave: Pandemia, Temporalização, Semântica da Enunciação, Formação Nominal

Resumo

O presente trabalho apresenta os modos como mobilizamos sentidos sobre o tempo nos acontecimentos de dizeres típicos da pandemia do SARS-COV-2. Destacamos formações, como “novo normal” e “dia D” e “hora H”, que caracterizam o referencial histórico da pandemia, pelo olhar da Semântica da Enunciação. Propomos o foco à temporalidade do dizer a que se refere Guimarães (2002, 2018), uma vez que o acontecimento temporaliza. Nesse ponto, discutimos uma proposta de olhar de separação didática dos sentidos que construímos sobre o tempo, realçando como a temporalidade do dizer acontece e o modo como temporalizações reconstroem e redefinem sentidos, colocando a nossa visão às significações e como elas se (re)moldam, produzindo os acontecimentos do dizer sobre/ na pandemia, uma vez que os sujeitos são tomados pela linguagem na historicidade e constituem o Logos. Desse modo, observamos como os discursos se dão a partir de referenciais, moldando o mundo pela linguagem que ora se delineia nas emergências. 

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Biografia do Autor

Gabriele Cristine Carvalho, Instituto Federal de Minas Gerais- Campus Santa Luzia IFMG

Doutora em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Integrante do grupo de estudos Enunciar. Professora efetiva de Língua Portuguesa e Língua Espanhola no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG – Campus Santa Luzia)

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Publicado
21-11-2022
Como Citar
BIAVATI, N. D. F.; CARVALHO, G. C. Temporalizações e temporalidades: sobre o tempo no acontecimento do dizer. Scripta, v. 26, n. 57, p. 349-374, 21 nov. 2022.