(Des)fazendo percursos do modernismo: revisão de conceitos
Resumo
O centenário da Semana de Arte Moderna, evento consagrado pela crítica canônica como marco fundador do modernismo brasileiro, faz-se momento oportuno para a produção de um revisionismo crítico do movimento e de conceitos que o sustentaram. Nacionalismo, colonialismo, antropofagia, identidade, em diálogo com seus contrários como cosmopolitismo, antropoemia e alteridade, formam uma espécie de seara conceitual que revela o diálogo entre o discurso contemporâneo e as produções modernistas. Mais do que uma inspiração ou uma possível apropriação de modulações críticas, a presença de alguns conceitos-chave do modernismo na contemporaneidade deve ser compreendida como uma espécie de resíduo das questões propulsoras do pensamento modernista brasileiro. Além disso, é igualmente possível ratificarmos que a busca de identidade nacional figura no centro de tais reflexões, sempre marcada por relações de poder de várias naturezas.
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Referências
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