Dependência entre ser, tempo e narrativa em Ricoeur

  • Bárbara Tortato
Palavras-chave: Tempo. Narrativa. Ação. Configuração. Linguagem.

Resumo

A estrutura narrativa inteligível proposta por Ricoeur depende da semântica da ação, da simbolização da ação e da temporalidade. Procuraremos demonstrar não apenas uma capacidade da ação de ser narrada para que esta temporalidade seja (humanamente) significativa, mas também uma necessidade desta ação de ser narrada e uma necessidade da narrativa para que a temporalidade seja (humanamente) compreendida. Ricoeur sugere que a linguagem possui uma “reserva de significações usuais” que foram criadas pela relação - e sustentam a relação - de dependência entre ser, tempo e narrativa e as expressões que o fazem, e que se desdobram desde os tempos verbais até os advérbios de tempo. Para justificar a teoria ricoeuriana, passaremos pelo tríplice presente de Agostinho e pela fenomenologia hermenêutica de Heidegger, buscando entender de que maneira se faz esta ordenação prática do tempo cotidianamente.

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Referências

RICŒUR, Paul. De l’interpretation: essay sur Freud. Paris: Éditions du Seuil, 1965.
RICŒUR, Paul. Temps et récit I. Paris: Seuil, 1983.
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RICŒUR, Paul. Mimèsis, référence et refiguration dans Temps et Récit. In: Études phénoménologiques, Tome VI, nº 11. Ed. Ousia, 1990b. p. 29-40.
RICŒUR, Paul. Do texto à acção. Porto: Ed. Rés.
KEMP, In: GREISCH, Jean; KEARNEY, Richard. Paul Ricœur: les métamorphoses de la raison herméneutique. Paris: Cerf, 1991, p. 342.
Publicado
23-09-2020
Como Citar
TORTATO, B. Dependência entre ser, tempo e narrativa em Ricoeur. Scripta, v. 24, n. 51, p. 432-454, 23 set. 2020.