A assombrada enunciação de um assombrado amor

  • Cleonice Paes Barreto Mourão Universidade Federal de Minas Gerais
Palavras-chave: Rerábulo de São Nunca, Estas estórias, Enunciação, Abismo do nunca,

Resumo

De como o caso de um "Assombrado amor" se esvaece em uma enunciação dissipadora qu e retarda e obscurece o factual graças a uma complexa rede de imprecisões. De como  as ações dos  personagens tor­ n am-se imprecisas, prevalecendo o jogo de relance dos nomes como movimentação de signos: de Ricarda Rolandina a Rudimira;  de Reis augusto a Revigildo; do  Padre  Roque ao Padre  Peralto. E o nome Cristeléison,  personagem cuja mendicância funciona com o a "casa vazia", na expressão de Deleuze, promovendo a circulação dos acta ntes. De como ao l ei tor resta apenas (e é tudo!)  a busca do que se passa nos desvãos do enunciado, cuja desconstrução só permite a ancoragem nu m significado "excentra do em transparência". E de como o a mor é sorvido pelo abismo do "nunca", que tem como  metáfora  a peça defeituosa  d o "Retábulo de São Nunca".

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Referências

FRIES, Philippe. La théorie f ictive de Maurice Blanchot. Paris: I..:Harmattan, 1999.

ROSA, João Guimarães. Estas estórias. Rio de Janeiro: Nova Frontei ra, 1985.

Publicado
13-10-2005
Como Citar
MOURÃO, C. P. B. A assombrada enunciação de um assombrado amor. Scripta, v. 9, n. 17, p. 95-99, 13 out. 2005.