O sétimo juramento, de Paulina Chiziane - uma alegoria sobre o preço do poder

  • Inocência Mata Universidade de Lisboa
Palavras-chave: Paulina Chiziane, O sétimo juramento,

Resumo

O último romance da moçambicana Paulina Chiziane, O sétimo juramento, retoma algumas preocupações que têm marcado a obra desta romancista moçambicana: a encenação quotidiana do feminino. Com este edifício sociocultural como pano de fundo, o romance focaliza o ritual de iniciação de uma personagem masculina, David, que,para ascender ao poder político, consolidado o poder econômico, recorre à feitiçaria, ao poder de um nynaga, que lhe exige, em troca, o quetem de mais precioso: a família. É aqui que as mulheres têm um papel fundamental: de simples objeto de prazer e de troca, elas se unem e se tornam sujeitos do processo, revertendo-o apesar de duas não terem logrado sobreviver. Portanto desta vez, para além da deslocação da cena para o mundo urbano do poder político e socioeconômico, o romance, embora revelando os meandros que determinam a vida da mulher mesmo numa sociedade urbana, diz também do conhecimento feminino sobre estratégias para contornar o peso da condição subalterna.

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Referências

CHIZIANE, Paulina. Balada de amor ao vento. Maputo: AEMO, 1990.

CHIZIANE, Paulina. Ventos do apocalipse. Lisboa: Editorial Caminho, 1999 [1a edição: Maputo: Edição de Autor, 1993].

CHIZIANE, Paulina. O sétimo juramento. Lisboa: Editorial Caminho, 2000.

Publicado
09-03-2001
Como Citar
MATA, I. O sétimo juramento, de Paulina Chiziane - uma alegoria sobre o preço do poder. Scripta, v. 4, n. 8, p. 187-191, 9 mar. 2001.
Seção
Dossiê: Literaturas africanas de língua portuguesa