O Patriarca

  • Rui Mourão
Palavras-chave: Guimarães Rosa, Grande Sertão, veredas, Corpo de baile, Primeiras estórias, linhas criativas, narrativa literária brasileira

Resumo

A publicação quase simultânea de Corpo de baile e Grande sertão: veredas, que marcaram a fase das experiências mais audaciosas da obra de João Guimarães Rosa, provocou enciumada reação de importantes ficcionistas brasileiros que sentiram o impacto do confronto estabelecido. Uma geração em início de carreira, que afetava tendência construtivista, deixou-se empolgar e ganhou ânimo novo com o aparecimento daquele trabalho de exigências estéticas verdadeiras. João Guimarães Rosa promoveu uma espécie de atualização do modernismo como um todo, podendo ser isoladas, na sua obra, três linhas criativas que já vinham constituindo tradição e foram por ele levadas às suas últimas consequências: a recriação da forma de narrar dos contadores de estória do folclore; a estilização da fala dialetal do sertanejo; a pesquisa da linguagem ao nível da langue. Em todas essas direções, o autor de Grande sertão: veredas faria escola. A proposta de uma dicção estruturalmente renovada e sem comprometimentos regionalistas, que aparece visível em Primeiras estórias, por estar em consonância com a forma de expressão do contingente maior da população brasileira, possivelmente será de resultados mais positivos para a evolução da nossa narrativa literária.

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Biografia do Autor

Rui Mourão
Escritor.

Referências

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Publicado
14-10-1998
Como Citar
MOURÃO, R. O Patriarca. Scripta, v. 2, n. 3, p. 251-258, 14 out. 1998.
Seção
Especial Guimarães Rosa

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