O testamento do Sr. Napumoceno: linguagem e efeitos de sentido
Resumo
Pretendemos “olhar” O testamento do Sr. Napumoceno como
expressão da memória de um país e de seu povo, determo-nos
sobre a crítica social e política às ilhas de Cabo Verde nos
primórdios da independência e abordarmos como Germano
Almeida usa o humor, a mordacidade e a sátira como formas
de denúncia de uma suposta hipocrisia, explorando, no texto,
sua perspectiva rizomática. Nessa linha, observar o ardil
utilizado pelo escritor para viajar ao passado, principalmente
à infância, far-se-á relevante destacar quem fala nessa história,
sob a perspectiva Bakhtiniana. A linguagem do dia a dia,
simples, por vezes despudorada e permissiva e as várias vozes
e ações assumidas pelo narrador de Germano Almeida são o
“barco” que faz o leitor viajar por diferentes espaços de Cabo
Verde. Por isso, a linguagem e as vozes são abordadas do ponto
de vista do narrador: um narrador polifônico que chega a se
confundir com os personagens.
Palavras-chave: Memória; Literatura cabo-verdiana; Bakhtin;
Germano Almeida; Rizoma.
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Referências
ALMEIDA, Germano. O testamento do Sr. Napumoceno. São Paulo:
Editora Schwarcz, 1996.
BARTHES, Roland. O prazer do texto. 4. ed. São Paulo: Perspectiva,
BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: a teoria do
romance. São Paulo: Ed. Unesp, 2002.
CARVALHO, Ruy Duarte. Hábito da terra. Porto/Luanda: Edições
Asa/ União dos escritores angolanos, 1998.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs – capitalismo e esquizofrenia.
v. 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.
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