Terra sonâmbula: tradição e renovação num movimento de subversão da língua

  • Viviane de Cássia Maia Trindade PUC Minas
Palavras-chave: literaturas de língua portuguesa, linguística, filologia

Resumo

Por meio da leitura do romance Terra sonâmbula, do
escritor Mia Couto, o presente artigo propõe uma reflexão
sobre a maneira como a língua portuguesa, imposta pelos
colonizadores, é subvertida através da criação literária.
Buscar-se-á elucidar algumas estratégias usadas pelo autor ao
entrelaçar a tradição e o moderno no exercício de uma escrita
oralizada, sem padrões fixos que regularizem esta língua outra.
Como exemplo, serão analisados os efeitos de sentido criados
por alguns neologismos, que dão mais expressividade à língua,
e provérbios que, na obra, aparecem com sentidos invertidos,
muitas vezes embaralhando palavras, imagens e os significados
originais criando, assim, novas palavras e novas formas de
dizer as coisas e o seu estado. Tais estratégias se revelam como
técnica narrativa desse autor que, a partir de um movimento
de renovação da tradição moçambicana, no dizer de Inocência
Mata (1998), atualiza o processo de criatividade linguística
inovando uma ideologia de expressão para pensar e dizer o
país no período pós-colonial.

Palavras-chave: Subversão à língua portuguesa; Mia Couto;
Terra sonâmbula; Neologismos; Provérbios.

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Referências

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Publicado
02-12-2011
Como Citar
Trindade, V. de C. M. (2011). Terra sonâmbula: tradição e renovação num movimento de subversão da língua. Cadernos CESPUC De Pesquisa Série Ensaios, 1(21), 75-82. Recuperado de https://seer.pucminas.br/index.php/cadernoscespuc/article/view/7912