Modelagem da Pegada Hídrica na Viticultura na Serra Gaúcha
Resumo
Este trabalho tem como tema a pegada hídrica na agroindústria do vinho brasileiro, particularmente no estado do Rio Grande do Sul. Para tal, foi desenvolvido um código próprio em linguagem Scilab, o qual possibilitou o cálculo da evapotranspiração de uma lavoura de uvas viníferas, levando em consideração o modelo de Penman-Monteith. Esse modelo foi alimentado com dados climáticos e pluviométricos coletados nas estações climatológicas da região serrana do Rio Grande do Sul, relacionados com incidência de sol, clima, velocidade dos ventos, características do solo e características da cultura. A partir da aplicação desta modelagem, pode-se concluir que, (i) na média, em teoria, entre 1991 e 2021, o volume de chuvas na região em estudo supriu a demanda da evapotranspiração da cultura, de modo que não houve a necessidade de irrigação artificial (ao menos para compensar globalmente a evapotranspiração); (ii) o volume de água evapotranspirada por hectare por ano, na região em estudo, foi de 5.684.300 litros de água; (iii) comparando-se os resultados da pegada hídrica do vinho produzido na Serra Gaúcha, que foram de 496, 595 e 744 L por garrafa de 750 mL (para três safras distintas), com a pegada hídrica do vinho de países como África do Sul (647 L/garrafa), Portugal (515 e 763 L/garrafa, em dois casos distintos), Nova Zelândia (682 e 605 L/garrafa, para duas regiões distintas) e Itália (632 L/garrafa), verificou-se que a produção de vinho na Serra Gaúcha, entre os contextos estudados, apresenta uma tendência de valores compatível com as grandes regiões produtoras de vinho no mundo.
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