Lugares e entre-lugares da fala: a representação do mal em "Alá e as crianças-soldados", de Ahmadou Kourouma
Resumo
Partindo de uma breve discussão sobre a noção de mal proposta pela filósofa Susan Neiman, exploro o significado do ato enunciador da diferença cultural em Alá e as crianças-soldados, de Ahmadou Kourouma, que opera vários deslocamentos de sentido em relação às convenções discursivas e aos códigos representacionais hegemônicos, aos quais as noções de bem e mal estão assentadas. Dentre esses múltiplos desvios de sentido, é destacada, a partir do conceito de metaficção historiográfica, a ruptura entre as fronteiras da ficção e realidade, também realizada pela enunciação da diferença cultural. Este último argumento é desenvolvido para evidenciar a maneira pela qual a narrativa alarga nossa compreensão sobre a idéia de mal em direção a zonas que a história canônica se esforçou em apagar, como, por exemplo, a opressão a que o povo africano está submetido.
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