DISCUSSÕES COLABORATIVAS SOBRE O TERRITÓRIO URBANO E PAISAGENS CULTURAIS: NOVAS POSSIBILIDADES PARA O PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE BRUMADINHO, BRASIL
Resumo
O rompimento criminoso de uma barragem de rejeitos de mineração da empresa Vale, em 25 de janeiro de 2019, no município de Brumadinho, escancarou a trajetória histórica de descaso do poder público em relação à superexploração do território e ineficácia do planejamento ambiental urbano e da gestão de políticas públicas locais pouco participativas. As duzentas e setenta vítimas fatais e o cenário catastrófico de degradação socioambiental instaurado, expôs a realidade cruel de uma economia local minério-dependente e capitaneada por agentes privados. Os impactos negativos desse processo são graves, seguem sendo reproduzidos e merecem atenção para exigência do cumprimento das justas ações reparadoras em prol do bem-estar social. Diante do cenário atual de luto e luta por direitos, faz-se necessário ampliar os processos de reconhecimento e reflexão das identidades físico-ambientais naturais, de paisagem cultural, de estruturação urbana, social e de ocupação e uso do solo, para reforçar a noção de pertencimento da população no território, bem como o fortalecimento de suas potencialidades e o enfrentamento de desafios para a gestão do mesmo. Neste sentido, várias ações extensionistas da academia vêm atuando no município e em parceria com a população, como o Projeto Brumas Colabora. O objetivo é promover discussões colaborativas para o resgate de novos conceitos de produção socioespacial baseado em economias mais solidárias e resilientes com foco no papel do rio Paraopeba como referência estruturante do território. Reconhecer e pertencer para cuidar dos lugares constitui o fio condutor conceitual do projeto para a promoção da prática do constante acompanhamento social do Plano Diretor do Município de Brumadinho.
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